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Estratégias de redução de danos e tratamento [2] [3] [5] [6] [7] [9]:

 

É imprescindível o início de estratégias para reduzir os danos desta nova droga, o “krokodil”, no entanto a viabilidade destas estratégias está completamente dependente da vontade política. De modo a perceber quais os tratamentos corretos, assim como as medidas interventivas para diminuição do risco e difusão crescente de dependentes do “krokodil” é essencial realizar uma avaliação completa desta nova droga. É necessário a compreensão das lesões associadas ao uso do desta, assim como todos os seus sintomas. As lesões que são visualizadas após injeção do “krokodil” poderão não ser devido à substância (desomorfina), mas sim ao conjunto de substâncias tóxicas que são injetadas.

 

A probabilidade de recuperação desta droga é bastante baixa, não só pela própria droga conter desomorfina, que causa rapidamente dependência, mas também pelo facto dos efeitos secundários do uso do “krokodil” serem bastante graves. Estes levam a uma deterioração física e psicológica elevada e de forma muito rápida, impedindo muitas vezes o tempo de recuperação. Na imprensa podem encontra-se variadas notícias sobre o facto de uma pessoa viciada em desomorfina (“krokodil”), apenas possuir, no máximo, 2 anos de vida, apesar disto não existem dados científicos que comprovem este tempo de vida.

 

Em muitos centros de saúde da Rússia e outros ex-países soviéticos ainda persiste uma velha ideologia, e por isto, toxicodependentes, doentes com HIV e outras doenças infeciosas são tratados sem terem em conta os novos conceitos de saúde pública. Ainda persiste um tratamento hostil e discriminatório, onde existe falta de confidencialidade, o centro de saúde poderá referenciar uma pessoa dependente de uma droga como o “krokodil” e posteriormente essa pessoa poderá ter restrições a nível dos direitos civis e da liberdade pessoal, uma vez que a toxicodependência ainda é vista como um desvio moral e não como uma doença. A forma desrespeitosa como os toxicodependentes são tratados nos hospitais, assim como a dificuldade destes acederem a cuidados de saúde, acabam por diminuir a ida ao hospital, fazendo com que a situação perdure no tempo e exista um agravamento dos sintomas. Muitas vezes os usuários de “krokodil”, apenas recorrem aos hospitais quando já se encontram numa fase tardia, sendo o único tratamento possível a amputação de membros.

 

Na Rússia a Terapia de substituição de opiáceos (OST) está proibida e a revogação da proibição era importante para permitir um tratamento complementar eficaz, uma vez que alguns toxicodependentes tem receio de recorrem ao hospital e que lhes seja retirado o acesso ao “krokodil” de forma forçada. Outras medidas que poderiam ser tomadas são as clínicas especializadas que se deslocariam até aos locais de maior incidência, de forma a alcançar os toxicodependentes sem casa e marginalizados. Também se poderiam iniciar programas de troca de seringas de modo a diminuir doenças transmissíveis por este meio, como por exemplo o HIV. O tratamento correto e preventivo poderia prevenir as grandes infeções dos tecidos moles apresentadas pelos utilizadores de “krokodil” e desta forma a amputação de membros. Muitas destas medidas estão em prática nos EUA, assim como na Europa. 

Tratamento de Emergência:

 

O tratamento de emergência depende do estado do paciente, caso este não esteja a respirar é necessário iniciar uma respiração artificial, devendo sempre realiza-la com os devidos cuidados, de preferência com uma máscara com válvula de proteção. Em caso necessidade iniciar suporte básico de vida. Nunca provocar o vómito, mas no caso de vómito colocar o paciente em posição lateral de segurança. Ligue para uma linha de emergência como o 112 e espere junto à pessoa até chegar ajuda qualificada.

[2] - Booth, R. E. (2013). ‘Krokodil’and other home-produced drugs for injection: A perspective from Ukraine. International Journal of Drug Policy, 24(4), 277-278.

[3] - Alves, E. A., Grund, J. P. C., Afonso, C. M., Netto, A. D. P., Carvalho, F., & Dinis-Oliveira, R. J. (2015). The harmful chemistry behind krokodil (desomorphine) synthesis and mechanisms of toxicity. Forensic science international, 249, 207-213.

[5] - toxnet.nlm.nih.gov/cgi-bin/sis/search2/r?dbs+hsdb:@term+@DOCNO+8070 (consultado a 27/05/2015)

[6] - http://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/Desomorphine#section=Toxicity (consultado a 22/05/2015)

[7] - rsc.org/chemistryworld/2014/07/desomorphine-krokodil-podcast (consultado a 22/05/2015)

[9] - Grund, J. P. C., Latypov, A., & Harris, M. (2013). Breaking worse: the emergence of krokodil and excessive injuries among people who inject drugs in Eurasia. International Journal of Drug Policy, 24(4), 265-274.

 

 

Todas as imagens deste slideshow foram retiradas de "The World’s Deadliest Drug: Inside a Krokodil Cookhouse"; time.com/3398086/the-worlds-deadliest-drug-inside-a-krokodil-cookhouse (consultado a 27/05/2015)

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