Krokodil - Desomorfina
Deteção [3] [4] [11]:
Nos últimos anos tem-se observado um aumento visível do número de casos de abuso de opiáceos sintéticos derivados da codeína presente em diversos medicamentos. A codeína é então utilizada como ponto de partida para a síntese de desomorfina. Assim, torna-se uma questão pertinente um estudo abrangente sobre a presença da desomorfina em amostras biológicas.
Este tipo de análise tem muitas dificuldades envolvidas. Em primeiro lugar, a escassez de informação sobre o procedimento da análise química dos compostos e a ausência de uma referência padrão. Também não se encontram descritos na literatura os possíveis subprodutos formados na cadeia de reações até se obter a desomorfina. A prática demonstrou que a desomorfina pode ser sintetizada por diversas maneiras, sob diferentes condições, dependendo da região. Desta forma, as amostras resultantes variam muito no seu teor de desomorfina e dos seus produtos intermédios.
A deteção de desomorfina através de um método fiável é de extrema importância e necessidade a nível de toxicologia analítica e criminologia. O método comum mais utilizado para a deteção da desomorfina é a cromatografia gasosa – espectrometria de massa que combina as vantagens de ambos os métodos para a deteção de diferentes substâncias numa dada amostra.
As condições mais adequadas bem como os materiais em si podem ser estudados na literatura, sendo este o artigo mais completo.
Adicionalmente à desomorfina também são normalmente detetados cafeína, dimedrol e fenobarbital, assim como analgina e derivados da codeína. As diferenças são, efetivamente, a nível do teor da desomorfina. A nível urinário a desomorfina aparece em teores que variam desde quantidades vestigiais até valores na ordem dos 70 a 80%. A presença de grandes quantidades de analgina na urina faz com que no cromatograma apareça um pico que mascara parcialmente o pico da desomorfina.
Este tipo de estudos a nível da deteção e doseamento de narcóticos possuí uma grande relevância pois permite a descoberta de diversos compostos em fluidos biológicos e inferir acerca da composição das diversas drogas consumidas bem como dos teores que afirmam conter. Esta investigação pode fazer saltar à luz do dia as diferenças sobre o que os consumidores acham que estão a injetar e o que estão a injetar realmente e que pode culminar numa overdose acidental.

Fig. 10 - Cromatografia gasosa (retirado de bbc.co.uk/staticarchive/0bfcd6e591421c2fdcd94a7329c531599470775f.gif) (consultado a 27/05/2015)
[3] - Alves, E. A., Grund, J. P. C., Afonso, C. M., Netto, A. D. P., Carvalho, F., & Dinis-Oliveira, R. J. (2015). The harmful chemistry behind krokodil (desomorphine) synthesis and mechanisms of toxicity. Forensic science international, 249, 207-213.
[4] - Katselou, M., Papoutsis, I., Nikolaou, P., Spiliopoulou, C., & Athanaselis, S. (2014). A “Krokodil” emerges from the murky waters of addiction. Abuse trends of an old drug. Life sciences, 102(2), 81-87.
[11] - Savchuk, S. A., Barsegyan, S. S., Barsegyan, I. B., & Kolesov, G. M. (2008). Chromatographic study of expert and biological samples containing desomorphine. Journal of Analytical Chemistry, 63(4), 361-370.
Todas as imagens deste slideshow foram retiradas de "The World’s Deadliest Drug: Inside a Krokodil Cookhouse"; time.com/3398086/the-worlds-deadliest-drug-inside-a-krokodil-cookhouse (consultado a 27/05/2015)
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